quarta-feira, 4 de dezembro de 2019
E depois de tantos anos você ainda atormenta minha mente. As lembranças, teu cheiro, a fumaça, teus olhos como o fundo de um oceano que eu nunca poderia compreender. Ainda sinto teu toque, tua pele, tuas risadas sentado no chão de um pub qualquer. Teu cigarro acesso no meio dos meus lábios onde tua boca nunca chegaria. Teu colo confortável, as horas passando, a noite indo e vindo do teu lado. Não sei descrever o que sinto, a angústia de não poder viver isso mais. De não conseguir te encontrar, ter mais um instante daqueles anos de volta. Eu sempre deixei bem claro que eras minha prioridade e não sei por qual caminho nos separamos. Eu sinto muito. Não sei se você sente o mesmo. Eu gostaria que sentisse. E talvez me procurasse. Sabe, é fácil me achar. Já você, nem tanto. Por quantas vezes eu tentei. Eu juro que tentei. E no entanto ainda carrego essa angústia no peito. E ainda espero que algum dia desses a gente possa se encontrar caminhando por uma praça quando todos os outros já estarão dormindo. E eu vou voltar pros teus olhos e teu cheiro, mais uma vez envolta pela fumaça de seus cigarros, e dormir mexendo em teu cabelo.
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