quinta-feira, 26 de abril de 2012

Impaciência

 Corro atrás de você. Te chamo. Um segundo depois que você se vai, sinto saudades. Um segundo antes de você voltar, já estou contente. Fico esperando teu olhar direto para mim. Não olho para trás quando você está vindo, para ter a surpresa mais gostosa do dia: teu abraço. Sinto impaciência em não passar todo o tempo do mundo com você. Quero voltar, para te ver novamente. Quero ver as luzes do sol penetrarem todas em teu olhar que irradia à noite. Você devia ver o quanto eu estou feliz com você. Que estou morrendo de vontade de te encontrar e te encher de beijos, e mordidas. Que os dias passam rápidos demais enquanto fico esperando algum sinal seu. Um toque no celular de manhã, qualquer coisa, que me faça sorrir. Qualquer coisa, que faça você sorrir, pra eu poder sorrir.

-W.E.F.F. <3


quarta-feira, 25 de abril de 2012

Ligagem

 É que ando meio sem criatividade, sabe? Tantos problemas, tantos afetos, tantas redes sociais. Tanto trabalho para fazer e nada me vem à cabeça. Nada me dá disposição, nem mesmo aquela velha xícara de café quente. E agora essa geração preguiçosa não sabe o que fazer. Quero encontrar meus detalhes, pentear meus cabelos várias vezes ao dia. Cansei de não fazer nada. Quero criar alguma coisa a partir daqui, deixar essa preguiça de lado. Levantar dessa cama e cozinhar para quem eu amo. Assistir um filme ou ler um livro, como eu costumava fazer. Quero parar de me auto-estagnar e me ligar novamente à vida.


segunda-feira, 23 de abril de 2012

Seus lençóis

 E já estava escurecendo. Pela janela os últimos raios de sol se acomodavam junto de nós, e as primeiras brisas gélidas da noite nos rodeavam. O céu de luz tão fraca azul escura era a única coisa que nos iluminava, e eu via você quase feito sombra. Tão lindo como nos meus sonhos, com os cabelos por cima do rosto e caídos sobre os ombros nus. Meu astro do rock. Meu homem. Seus olhos brilhando tão calmos e tão temerosos, sem saber que eu não poderia ir embora dali sem você. Eu com essa mania de me perder no tempo me tive toda a noite para você, te deixei abraçar-me por entre os lençóis. Me permiti ficar até o dia seguinte.


quinta-feira, 19 de abril de 2012

Cartas de Tarot

 Eu tirei as cartas para saber de você. Talvez eu esteja acreditando demais nessas coisas, mas elas me disseram que tudo vai ficar bem entre nós. Então, acho que não tem problema acreditar. Talvez me faça bem que algo me diga que vamos ficar juntos, e, pode ser mesmo verdade. Talvez você não acredite nas cartas, mas elas me contaram algumas coisas que eu precisava saber. Elas são minhas amigas agora, porque me contam a verdade. E eu vou acreditar nelas. Eu vou estar com você. E essas coisas místicas ultimamente me parecem mesmo reais. Porque as cartas me disseram que há um homem de cabelos castanhos e olhos escuros, e que tudo vai ficar bem. Eu sei que as cartas estão certas. Vamos confirmar? Tudo vai ficar bem.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Pegue isso até o limite.

 Deixe mentir, deixe morrer. Pegue minha mão e me leve ao paraíso. Eu não me importo se você me trai, se você mente, se você não entende. Você está aqui comigo agora, seu tempo hoje é meu e é isso o que importa. Não importa com quantas vadias você sai, sei que nenhuma te deixa louco como eu. Porque, de qualquer forma você sempre volta, e eu estarei esperando de pé. Porque não vai demorar, ah não vai demorar. Então deixo mentir, deixo matar. Pego sua mão, estamos no paraíso. Tem que confiar, ou não. Esse seu ódio que me faz sentir seu sangue pulsando quente pela minha pele. Essa sua mania de querer que eu fique quando tudo o que você queria era estar sozinho comigo num quarto. O tempo não pára, corre a noite toda feito fogo em bala. Agora venha comigo, vamos chegar ao limite. Eu deixei você mentir, eu tentei morrer. Você segurou minha mão e me levou ao melhor paraíso.

domingo, 15 de abril de 2012

Ônibus

 E páááh!!! Bateu. Gritos surpresos saíram inconscientemente da boca de todos. E ninguém sabia o que havia acontecido, e todos se entreolhavam por um segundo infinito. E logo no segundo seguinte, só se via expressões de desespero. Lá na frente, rostos amassados sangravam. No fundo, pessoas gritavam mudas. Uma mulher, que se sentava ao meu lado, tinha fortes dores no peito, e sentada pude ver uma mulher cuja metade do rosto todo cortado sangrava. Retiraram uma senhora que tremia fortemente e muitas pessoas não conseguiam se levantar. Muitas pessoas agora corriam para fora, e levavam quem podiam. Tudo o que fiz foi ficar sentada. E olhar. Só depois voltei à mim e me levantei, devagar, sendo a última pessoa a descer daquele ônibus. E havia sangue no chão, e todos corriam para a igreja próxima para se abrigar da chuva. E eu demorei-me, virando para ver a cena do acidente. O poste estava quase dentro do veículo, os corrimãos e tubos de aço todos jaziam muito amassados. Destroçados. Os fios do poste faíscavam. As portas estavam abertas, e uma rosa despedaçada estava caída perto de algumas gotas de sangue. A poucos minutos atrás, uma senhora segurava algumas rosas e conversava contentemente. Agora, ela estava espantada demais para segurar rosa alguma. A rosa estava no chão. A rua estava lisa. "Não está chovendo?" foi a última coisa que ouvi antes de tudo acontecer. E depois me distraí no som do rádio, observando as pessoas em volta em seus cotidianos. Conversando, rindo, olhando preocupadas para chegar em casa. E quando me perguntaram ao descer do ônibus "Você está bem?" o que pude foi fazer que sim. Fisicamente, sim. Mas não estava. Estava chorando talvez mais do que todas aquelas pessoas machucadas. E foi assim o acidente de 11 de abril, qual sempre vou me lembrar. E então ouvi "Quem vai nesse?" e saí andando, subi no novo ônibus e fui para casa.

sábado, 14 de abril de 2012

Baile

 Eu, em minha casinha, via descer a noite. Entristecia-me. Como sempre duas vezes na semana, ia começar o baile da casa da frente. Via pela janela meu marido entrando, todo arrumado como nunca se arrumara para mim. Via ele tirando a filha do dono da casa para dançar, segurando sua mão e dando-lhe o ritmo. Nós nunca mais dançamos juntos, desde o nascimento da minha pequena que estava em meus braços enquanto ele saía para dançar. E a moça toda jeitosa fazia como se ele fosse um rapaz solteiro. Sorria-lhe e lhe apertava a mão, sabendo que eu o estaria olhando de longe. E eles giravam pela sala a noite inteira enquanto no rádio tocava uma bonita canção de amor. Então, se de trizteza não morri, de nada mais morreria. Peguei minha pequena no colo, ajeitei minhas malas e fui embora, dançar sozinha minha própria canção.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Hora

Feliz ao te abraçar, ao colar seu rosto no meu. Feliz em te bater, te agarrar, te morder. Feliz em ver a marca roxa em meu braço, que você apertou sem querer para não me deixar ir embora, de sério. Feliz em ser elogiada por você. Feliz em te abraçar por cinco segundos. Se eu for melosa demais, não ligue; se eu te apertar muito forte, não brigue. Se o tempo não passa, aproveite; se passa rápido, me perdoe. Se precisar, me chame. Vamos perder a hora.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Seu mundo

Quando você me toca o tempo pára, o mundo pára. Param todos os sentidos, começam os risos. Começam as lembranças. Lembranças de todo nosso tempo. Me lembro do quanto é bom estar com você. Das reclamações, das discussões, dos planos. Do único futuro que conseguimos enxergar: o amanhã. Me lembro das saudades que senti no dia anterior, por ter passado um ou dois dias sem te ver. Fico no seu mundo com você.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Sentados.

 Você do meu lado, sentado, olhando. Você me pedindo desculpas por eu ter errado. Você rindo de mim, e apanhando (me desculpe). Você, tão bobo, me perguntando se vou ficar. Você reclamando das minhas roupas, sem graça. Você me deixando no vácuo. Você correndo pro outro lado. Você me fazendo sorrir do nada (fato). Você me pedindo para estar lá mais tarde. Você me encontrando todos os dias de tarde. No sol escaldante, seus olhos brilhando. Você que me chama de tão inteligente (que nada!). Você reclamando porque eu não fui ontem à noite. A gente de pé conversando. Eu deixando passar meu ônibus, estava lotado! (mas não foi por isso). Você, que vai me encontrar no fim de semana. Eu quero te dar um abraço apertado. Vou te zoar durante a semana, mas vou estar sempre sentada ao seu lado.

domingo, 1 de abril de 2012

Noite do cigarro

 Naquela noite, seus olhos claros sob a luz do esqueiro me hipnotizaram. Aquela fumaça de seu cigarro me sufocava e eu não conseguia parar de te olhar. Meu acompanhante aos poucos se banhava em raiva, enquanto eu te reparava sob a luz fraca. Meus pés seguiam o ritmo do som na outra sala, a brisa batia em meus braços. Meu acompanhante me esquentava, mas eu ainda te via. Você era bom em tudo o que fazia, haha. Fazia eu me perder em meus pensamentos, persuasivo. Perdia meu tempo, a música trocava, o cigarro queimava e a fumaça se esvaecia. Meu acompanhante me puxava para fora. Você, atrás daquela nuvem de fumaça, sumia, sumia, sumia...