Não adianta. Vejo o tempo passando, anoitecendo, amanhecendo. Esse sentimento não muda. Vejo os pássaros que voam para o norte, vejo a água descendo o rio, vejo tudo daqui. Daqui, bem desta janela. E vejo você passar pela rua, sonhadora, pobre coitada. Pobre coitada, tão bonita, de pele reluzente como pérola apenas ficando aqui, nesta cidade. Perdendo seu tempo de moça trabalhando. E eu acordando cedo apenas para vê-la passar por minha janela.
Um comentário:
Nossa, que vida monotona.
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