Me desculpe por não deixar você ir embora quando você me visita. É que quando durmo sinto falta do seu cafuné, do seu abraço. Quando faço a janta eu quero você experimentando meus temperos do meu lado. Quando acordo preciso de um beijo seu. Preciso de você, o tempo todo, aqui comigo. Então fica. Comigo. Para sempre.
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
terça-feira, 28 de agosto de 2012
Não há calor humano.
Sim, volto a estar aqui. Aqui nesta casa de ninguém, onde ninguém se importa, ninguém me vê. E todas as pessoas estão ocupadas demais para se importar com pessoas. Lá fora também, as pessoas passam e não olham para cá. Não olham pelas janelas. Estou aqui na cozinha, vendo a água escorrer da torneira, caindo no ralo. Limpando os vidros das janelas embaçadas pelo frio. Acendendo a chama do fogão para não congelar. Não há calor humano. Não com a mesma efervescência de antes. Não para não se sentir sozinho. Apenas por conviver. Apenas para ter um lugar para ficar. Calor apenas na teoria. Mas aquela coisa de ficar junto, de abraçar, ficaram com nossos pais. Não há mais nada assim aqui.
sábado, 25 de agosto de 2012
No sofá
E só porque você ficou por uma noite, achou que poderia dormir na minha cama. Mas você tem que aprender que janela aberta não significa que o sol vá entrar. Talvez o tempo esteja nublado. Talvez a casa esteja mal projetada para luminosidade. Talvez você deva dormir no sofá.
quarta-feira, 15 de agosto de 2012
Palavras de solidão
É essa coisa de estar sozinho o tempo todo, que me corrói. Essa coisa de não poder escutar uma palavra de alguém exceto de acusação que me machuca. Mas parece que já passei por aqui, por esta mesma linha escrita. Ainda sozinho. Isso quer dizer apenas que as coisas não mudaram, não é nada demais. Não é nada demais para mim. É apenas minha vida se descascando em belas palavras de tristeza. Mas, o que é mesmo a beleza, a da solidão? É lindo sim, lindo demais para mim.
segunda-feira, 13 de agosto de 2012
Nada a dizer.
Está frio aqui. Está tão frio e você está tão longe. Sinto falta dos seus abraços todos os dias, de viver sonhando. De ser tudo pra você para sempre. Te ser tua o tempo todo. De me aninhar em teu peito e esperar você me fazer dormir. De ficar assim, só eu e você. Sem ninguém para atrapalhar. Sem ninguém para te tirar daqui. Com tudo desligado sem mais nada a dizer. Sem nada, além de eu e você.
sexta-feira, 10 de agosto de 2012
Primeira vez
Primeiro, ansiedade. Ansiedade como se eu fosse desmaiar, como se o mundo fosse acabar ontem. Aquela sensação de bariga vazia e suor frio escorrendo da testa. A pressão caindo. Vontade de correr até desmaiar, a certeza do desmaio. A hora chegando, o tempo passando. A visão embaçada, a cabeça girando, caindo pra trás, pesando, caindo, caindo, caindo. A hora de virar de frente, de ir naquela direção. Difícil. Medo deixando paralisado, todos dizendo "vá lá". É hora de encarar. Tudo muito complexo, muito confuso. Eu me confundindo. Quase chorando por dentro talvez. E tudo se acalma novamente.
quarta-feira, 1 de agosto de 2012
Pântano
Eu estava ali. Sim, eu sempre estive ali, esperando naquele córrego. Não havia nada nesse mundo para mim. Exceto aquelas mãos saindo da água me puxando, me puxando para baixo. E eu morria várias vezes ao dia. Me lembro de quando você foi me visitar, mesmo que não pudesse me ver. Sabe, eu senti saudades de você. Fazia tanto tempo que não vinha me visitar, pois bem, um dia veio. E me desculpe, mas esqueci que estava morta. Eu tentei segurar sua mão e percebi que você já não podia mais sentir meu amor. Me perdoe, foi instinto. Você não imagina o quanto foi complicado para mim. Mas eu já era um deles e você, embora não me visse, sabia disso. E você também conhecia aquele lugar, aquele córrego, aquele pântano. Isso podia acontecer e a hora já estava marcada. Foi a hora que você se lembrou de mim, e veio chorar comigo. Fizeram isso comigo também, se lembra? É claro que se lembra, como não se lembraria? Foi o motivo de nossa separação. Foi meu passo escorregadio que me levou para baixo, quando você gritava para eu voltar. Aquele lugar nunca cheirou bem, mas gostávamos de lugares excêntricos. E vendo você ali, sentada naquela pedra, sem poder segurar sua mão, me fez estremecer. Não de ódio, mas de pavor. Pavor de não tê-lo mais. Medo de você ir embora e se esquecer novamente. Medo de me esvair de seu coração. E então não tive escolha, não tive pensamentos. Não percebi nada. E então eu o puxei para mim, o puxei para baixo. Assim, como fizeram comigo a alguns anos atrás, se lembra? É claro, como não se lembraria?
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