domingo, 23 de outubro de 2011

Bolachinhas

 Estávamos descendo a rua correndo, com as garrafas na mão, como dois fugitivos. "Estamos fugindo" ele retrucou, "de meus pais". Ficamos dois minutos ali, rindo deliciosamente, até ele se lembrar de seu objetivo principal: me fazer engolir uma daquelas bolachas secas feito papel. Mas eu não me renderia tão fácil, e ele sabia disso embora fingisse que não. "Quando você for minha namorada, você vai comê-las todinhas". "Vai sonhando" rebati. Mas ele já me havia pego em seus braços e sussurrava em meu ouvido: "já estou sonhando".

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