quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Sol da tarde

 Eu o estava esperando já fazia tempo. Ele enfim apareceu, reluzente ao sol da tarde. Seus olhos brilharam e ele me cumprimentou com um leve beijo nos lábios. Eu não queria estar em qualquer outro lugar naquele segundo. Ficamos sentados à sombra da árvore: eu cantarolava Bon Jovi enquanto ele fumava um cigarro de canela. A fumaça vinha em minha direção mas eu não me importava; era um hálito de menta que se misturava à fumaça, e era gostoso. A tarde parecia nunca escurecer, para minha calma, pois eu poderia permanecer ali para sempre se o sol permanecesse comigo. Se ele permanecesse comigo. Mas, se você está feliz, algo acaba acontecendo; as coisas nunca permanecem estáveis: e o veludo negro começou a revestir o céu. Então, da mesma forma como ele veio até mim, ele se foi, caminhando por entre as árvores e os postes de luz, e ele desapareceu. E eu acenei para onde ele deveria estar, dessa vez sem esperar nada.

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