terça-feira, 1 de novembro de 2011

Dorme agora, é só o vento lá fora...

 E então a encontraram ali, estirada no chão. Seu corpo estava frio, cheio de rasuras, sangrando. Era como ela se sentia à uma semana atrás. E agora ela dormia, calma, ao som do vento no meio da avenida. E o céu cor de chocolate agora se mesclava aos medos das pessoas. Mas ninguém ouvia seu grito, um grito horrorizado, quase mudo, ao ver seu corpo sozinho cada vez mais pálido, cor de osso. Ela permaneceu olhando pela janela do quinto andar até levarem seu corpo embora. Ninguém sabia o que havia acontecido, ao menos ninguém que se importasse. E em uma semana ela estava esquecida. Foi como se ela nunca houvesse existido. E os moradores de seu apartamento a ouvem bater na janela à noite, pedindo para entrar. Mas ela nem existe, é só o vento lá fora...

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