sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Trecho de um ocorrido

 Depois de meses procurando-o eu o encontrei. E eu corri para ele. E ele correu de mim como o humano corre de um inseto asqueroso. Eu entendi, de certo. Fui eu quem causou toda a dor que ele teve de sentir. Fui eu quem o machucou e o fez sangrar talvez por dias. Mas eu não queria, eu também sofri por isto. Me desculpe. Eu tentei trazer o passado de volta mas não consegui. No minuto em que errei já não consegui consertar. Mas ele não me entendeu. Ele não parou nem olhou para mim, nem um segundo sequer. Ele não percebeu a verdade no fundo de meus olhos, ou em minhas lágrimas quentes. Ele me deixou sozinha ali, no meio do nada, sem pesar nenhum. E não havia nada que eu pudesse fazer. Nada que eu pudesse mudar. E todas as lágrimas que eu derramei por ele não foram o suficiente para o manter vivo. Ele devia as ter visto antes, eu deveria ter mostrado à ele. Mas era eu quem estava errada. E eu não posso viver vendo tudo passar várias vezes no mesmo lugar. Tudo parece apenas um sonho, ou um déjà vu enlouquecedor. E meu coração parece que não consegue mais aguentar todo esse sangue do meu corpo. Então, hoje já não sei o que fazer de minha vida, pois não sei viver sem ele. Não consigo imaginar minha vida sem vê-lo ou senti-lo. Não sei o que fazer se ele nunca mais estiver aqui.

2 comentários:

Anônimo disse...

nossa,que mão aterrorizadora!

Aninha R. disse...

é a mão de quem sofre. é o que as pessoas não vêem