Ela falava e acontecia. Era certo que aconteceria. Sempre acontecia. Ela tinha o poder das palavras, forte, definida. Ela tinha o poder da cura e da destruição nas mãos. Ela se fazia e refazia, não entendia, queria. Dizia o que não devia dizer, dizia o que ia ser. Lia nossas mãos, curava nossas dores, rogava praga e maldizia a sorte de nossos inimigos. Com aquelas costas negras suadas, bonitas e enormes virada para o sofá, cozinhava. E colocava alho na comida, picava a cebola. Abria seu baralho na mesa e jogava. Ah jogava seu futuro pelo vento, para ser a ajuda da nossa comunidade. Para ser a mãe amada. Ah, joga os dados na mesa e lê a sorte.
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