terça-feira, 3 de janeiro de 2012

O homem sem fé.

 Ele testava a própria fé, mas não a tinha. Rezava para um Deus que nunca existiu, conversava com anjos que o abandonaram. Conversava sozinho. Não acreditava realmente nas imagens dos santos nas paredes de sua casa. Suas fitas amarradas em seu tornozelo não tinham serventia. E ninguém sabia o sentido daquela cruz na sala de estar, nem de tantos budas em altares, pentagramas e incensos e velas acesos, sal nas janelas. Ninguém o entendia. Ele não tinha fé, mas cultivava tudo isso. Na verdade, ele tinha medo. Pois ele acreditava apenas nas coisas ruins, e sua fé não era o suficiente para que ele se sentisse protegido por alguma coisa. Ele pensava que talvez, só talvez, alguma daquelas coisas devesse funcionar contra seja lá o que for. Contra alguma coisa que lhe poderia fazer mal. Ele era um homem perturbado, sem fé, com medo, perseguido pelo mal.

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3 comentários:

nalva disse...

em vc best!

Aninha R. disse...

haha, valeu! mas estamos falando de religião, coisas espirituais rs

nalva disse...

Nem sei.k