segunda-feira, 18 de março de 2013

A Praça dos Gênios Antigos

 Eu estava revisitando o lugar. Havia ido lá à muito tempo, desde quando estudava. Me lembrava perfeitamente: A praça de chão áspero e reto, as árvores, o banco azul que se abria e rodopiava... Aquele banco causava sensações incríveis, sentada, segurando nas bordas, ele começava a girar sozinho e abrir vários pés como um brinquedo de diversão. Era muito rápido e muito louco. Havia um pequeno banco de concreto na frente de um grande relógio de concreto que funcionava e muito bem, eram uns três metros de altura, com uma pequena estátua de demônio do período gótico segurando um dos ponteiros. Era uma bela praça dos gênios, as melhores invenções dos séculos passados estavam lá. Eram coisas que ninguém em sã consciência acreditaria que existissem. Era uma praça grandiosa e linda que pertencia à escola. Voltei lá depois de muito tempo sem tê-la visitado, meu antigo inspetor me guiava para mostrar-me a sala das fotografias. Havia lá fotografia de todos os alunos que costumavam ir à praça, inclusive uma minha. Fui novamente ao banco azul mas estava travando. Não estava gostoso como de costume, tinha um ar pesado naquele lugar. O inspetor sentou-se no banco de concreto e mexia em seus papéis enquanto eu, de pé na sua frente, observava o relógio tiquetaquear silenciosamente na minha frente. Tive uma impressão estranha, não vi muito bem, mas parecia que o ponteiro da estátua estava voltando... Achei que tudo bem, aquele lugar era misterioso, se acontecesse alguma coisa eu avisaria para sairmos dali. Mal pude perceber e o demônio vivo se movia, segurando o ponteiro, havia dado um baque na cabeça do inspetor antes que eu pudesse gritar. Estava vivo! Tudo o que pude fazer foi colocar o braço entre o ponteiro e a cabeça dele, enquanto tentava puxá-lo com a outra mão, mas ele estava desmaiado, era demasiado pesado demais para mim, e o demônio o segurava com uma das mãos também. Ele me disse, com aquela voz arrastada de concreto, "Quer segurar a cabeça pra não estragar? Eu posso cravar isso nele ao invés de bater!". Não sei bem o que me aconteceu depois disso, mas fico me perguntando o que aconteceu com aquele lugar para ele ficar com tanta raiva das pessoas...


Um comentário:

Anônimo disse...

Que aperto...